quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Alguém

         






      Várias pessoas casadas há mais tempo me dizem com frequência: "Amo meu marido/ esposa, mas somos totalmente diferentes, às vezes não o (a) aguento mais e dá vontade de colocar um fim em tudo." E fico imaginando o quanto é triste elas estarem casadas há tantos anos e chegarem a essa conclusão...
     Talvez elas não encontraram alguém totalmente compatível, penso eu. Simplesmente acharam uma pessoa legal para apresentar à família, ou mesmo que as faziam rir. Casaram, tiveram filhos e juraram que iriam ser felizes para sempre, apesar dos pesares - porque todo mundo sabe quando alguém, lá no fundo, não é aquele alguém. Aquele com quem temos vontade de contar cada novidade, aquele com quem podemos ficar chateados, mas a pena de estragar essa cumplicidade por um momento é tão grande, que se deixa para lá. Aquele que engordamos juntos, mas também juramos que iremos emagrecer, afinal, metas fazem parte do relacionamento também. E aquele que aceita sermos como somos, não nos faz mudar, não critica todas as nossas manias, mas compreende que isso faz parte de nós, das nossa subjetividade e de uma história que tivemos antes de ele surgir. Sendo que, compreendemos essas particularidades nesse alguém também.
         Mas nada disso é possível se as virtudes do casal não são compatíveis. Não basta gostarem das mesmas coisas, seus princípios de vida devem se alinhar. Pois, do que adianta gostarem de rock ‘n’ roll, se um curte apenas como um hobby e o outro de viver a vida louca à la um rock star, por exemplo? É uma questão de princípios, com certeza. De maturidade e percepção. Sabemos o que queremos ser e conquistar, e se o companheiro não proporciona a liberdade para podermos realizar nossos sonhos, certamente, essa pessoa não é a “the one”.                       

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